Henrique e Pedro são sócios-fundadores da Brex, empresa de cartões de créditos corporativos

Dois brasileiros, com pouco mais de 20 anos, são os mais jovens integrantes da lista de bilionários publicada anualmente pela Forbes, lançada no último dia 5. Henrique Dubugras, 26 anos, e Pedro Franceschi, de 25, são os fundadores da Brex, e detêm, juntos, 28% de participação acionária na fintech, o que lhes dá cerca de US$ 1,5 bilhão (R$ 7 bilhões) cada.

A startup tem sede em São Francisco e atua na área de cartões de crédito corporativos. Em janeiro, a empresa levantou US$ 300 milhões (R$ 1,4 bilhão) em uma rodada de financiamento liderada pelas empresas de investimento Greenoaks Capital e TCV, o que lhe garantiu uma avaliação de mercado de US$ 12,3 bilhões (R$ 57,8 bilhões).

Além do mercado de cartões de crédito corporativos, nos últimos anos, a Brex também lançou novas ofertas de software, como um produto de gerenciamento de despesas e um recurso de pagamento de contas comerciais. Foram essas inovações que fizeram com que a empresa atraísse uma enxurrada de capital de risco.

A Brex, hoje com uma equipe de mil pessoas, existe graças a uma animada troca de mensagens no Twitter em dezembro de 2012 entre Dubugras e Franceschi, que residiam em cidades diferentes, mas se tornaram amigos virtuais através de discussões sobre tecnologia.

Henrique e Pedro se conheceram pela internet, quando passaram a trocar informações sobre o mercado de tecnologia. Em 2013, eles lançaram no Brasil a startup Pagar.me, que permitia que comerciantes aceitassem pagamentos online. A empresa tinha 150 funcionários quando foi vendida para a Stone.

Henrique não revela qual era a participação da dupla na Pagar.me, mas diz que foi o suficiente para bancar a faculdade - ele e Franceschi abandonaram o curso de ciência da computação de Stanford - e guardaram algumas economias.

Depois de venderem a empresa, os amigos pretendiam criar contas bancárias para startups sediadas nos EUA, mas optou por cartões de crédito corporativos como uma rota mais viável.

Nascia, assim, a Brex em 2017. Dois anos depois, ambos foram destaques da lista 30 Under 30 de finanças da Forbes norte-americana. Até então, a startup havia levantado US$ 213 milhões (R$ 1 bilhão) e era avaliada em US$ 1,1 bilhão (R$ 5,1 bilhões).

Em 2019, a Brex lançou um negócio de contas bancárias corporativas, que chamava a atenção de seus fundadores desde o início. E assim, ao todo, a dupla garantiu mais de US$ 1 bilhão em capital de risco de investidores como Tiger Global Management, Peter Thiel e o fundador da Affirm, Max Levchin. A empresa diz que sua receita mais que dobrou no ano passado, embora não compartilhe detalhes ou comente sobre lucratividade.

Henrique, porém, descarta qualquer adjetivo que se relacione a bem-sucedido, pois afirma que a empresa tem muito a caminhar. "Acho que é fácil para as pessoas pensarem que já somos bem-sucedidos. Nós somos e não somos. Estamos obviamente felizes com o que alcançamos, mas há muito mais por vir", conclui.